“Em todo o mundo, a situação das mulheres é pior do que a dos homens pelo simples facto de serem mulheres. A realidade é ainda pior para as mulheres que pertencem a minorias, mulheres idosas, mulheres portadoras de deficiência, migrantes e refugiadas.” (António Guterres). No entanto nem sempre assim foi. Se olharmos para a história do ser humano, nos seus primórdios a atribuição dada às mulheres era de veneração pelo fato de serem as únicas possuidoras de uma capacidade: a de dar a vida a outro ser humano. Em sinal de respeito e devoção, eram esculpidas pequenas estatuetas de figuras femininas. Estas, serviam como amuletos mágicos na realização de rituais religiosos e de entre as distintas necessidades existentes, seria um garante à fertilidade: “Deus era representado pela figura da Mulher”, (Schlogl, 2005, p.79); “quando nossa espécie vivia da coleta e da caça de pequenos animais e ainda não havia a necessidade da força física e as mulheres possuíam um lugar central”. (Muraro, 1993, p.5). Facto constatável na maioria dos museus, onde podemos observar diversas e distintas estatuetas deste cariz representativo. Com o passar dos anos o homem, tomou consciência da importante participação e papel que desempenha através do “sémen”, passando o tomar para si um papel, segundo Durães (2009), de supremacia e “poder, relegando a mulher para um papel de submissão. Aliás, com a evolução da sociedade, as mulheres passaram a ser marginalizadas, consideradas inferiores tanto no campo social como desqualificadas para práticas de determinados rituais religiosos restando-lhes apenas as funções secundárias. A imagem de Deus passou a ser a de um ser masculino e onipotente. (Durães, 2009).
Os reflexos negativos de uma sociedade com manifestações machistas que desqualificam as mulheres são vistos e percebidos. Com mais frequência do que deveria, somos ainda nos dias de hoje assolados com atitudes preconceituosas, etnocentrenticas que extremam numa sociedade vetusta e interseccional. Cabe à mulher conciliar a carreira e a maternidade, num mundo dominado por homens. Em alguns países ainda nos dias de hoje, as mulheres ganham um décimo dos homens, pelo mesmo trabalho/tarefas. Noutros, as mulheres são ainda escravizadas, ou abusadas física e psicologicamente em nome da religião. Os números não enganam.
Na minha visão, como mãe, mulher inserida socialmente, não acredito na competição entre géneros. Mas sim, na harmonização e construção de um mundo igualitário e cooperativo nas suas distintas diferenças e complementaridades que os tornam únicos nas suas especificidades. Todos sabemos que o papel do homem, é importante e necessário no salutar desenvolvimento do ser humano, assim como o papel da mãe. Uma não minora ou outro.
Para além de ser mulher e mãe sou ainda taróloga e hipnoterapeuta. Hora se uma das minhas versões tende a ser socialmente diminuída a outra também não obtém validação social, pois, é fruto de uma história muito semelhante à das mulheres e como tal, desacreditada.
É hora de construir mais pontes e menos muros num mundo em constante mudança, onde todos somos parte do todo.
Sou “ orgulhosa de ser mujer y tarotista.”
Bibliografia consultada;
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